terça-feira, 26 de abril de 2011

A Importância da Música na Formação e Educação da Humanidade

A Música na educação Ocidental        
A música sempre teve um lugar  – às vezes mesmo um papel central  – na educação ocidental.
Os habitantes da Mesopotâmia acreditavam que os intervalos musicais eram o espelho da
harmonia do Universo, e podemos supor que a música fosse estudada conjuntamente com a
astronomia e a matemática nos seus templos. Para os gregos, a música significava cultura
intelectual em geral, incluindo a literatura e a arte, para além da música no sentido moderno ; a
música (cultura do espírito) e a ginástica (cultura do corpo) eram os dois principais ramos da
educação, e também dois dos principais atributos dos deuses gregos.
Na Idade Média, a Igreja monopolizou a educação: a principal utilidade do treino musical era
então a de garantir a entoação correcta do cantochão. As primeiras scholae cantorum surgiram
no  início da Idade Média e continuaram a ter um papel crucial na educação musical europeia
durante muitos séculos.
A velha associação da teoria musical com a matemática e a astronomia foi mantida nos
curricula universitários mediavais e renascentistas, cujas  matérias se dividiam em dois grupos:
o quadrivium (geometria, aritmética, música e astronomia) e o trivium (gramática, dialéctica e
retórica). Durante a Renascença, a capacidade de tocar um instrumento ou cantar era
socialmente indispensável, e qualquer artista ou pensador tinha conhecimentos de teoria
musical.
As igrejas protestantes que surgiram a partir da reforma do séc. XVI, também elas realçaram a
importância da música na educação. Esta realidade é vincadamente dominante no caso da
igreja luterana. Martinho Lutero, ele próprio aludista e compositor, contribuiu em larga medida
para o estabelecimento de uma tradição duradoura de educação musical na Alemanha.
A importância da música no pensamento dos reformadores
A música tinha um papel significativo no  pensamento de vários reformadores da educação dos
sécs. XVIII  – XIX. Muitos deles basearam-se no filósofo francês Jean-Jacques Rosseau (1712-
78), que se interessou pela música ao longo de toda a sua vida. No seu livro “Emile”, em que
descreve a educação ideal para um rapaz, Rosseau incluiu propostas promenorizadas para o
treino musical. Sugeriu que o interesse pela música poderia ser despertado se os alunos
aprendessem canções simples por ouvido, da mesma forma que aprendemos a falar, sendo que bandasfilarmonicas.com   |   autor: Rui Vilafanha   | Setembro de 2004
a leitura musical só deveria vir depois. Muitos professores de música modernos, concordam
hoje com estas ideias.
Sucessores de Rosseau (distintos pensadores na época), realçaram também o valor da música
na educação. Pestalozzi, sustentava que a música ajudava a «harmonizar» o carácter, e Froebel
sustentava que a música ajudava a criança a realizar todo o seu potencial. A ligação entre a
música e movimentos corporais, a importância do ritmo e da coordenação motora, o
desenvolvimento da memória auditiva, constituíram ainda a base de importantes metodologias
de ensino usadas na europa central.
A pedagogia musical orientada
No séc. XX, entre os que contribuiram para o desenvolvimento de uma pedagogia musical
orientada para as crianças mais jovens, incluem-se o alemão Carl Orff, o húngaro Zoltán Kodály
e o violinista japonês Schinichi Suzuki. O sistema Orff usa música tonalmente simples e
rítmicamente viva para conjuntos de instrumentos de percussão (de altura definida e
indefinida), desenvolvidos específicamente para o efeito. Nas escolas húngaras, o uso do
método de Kodály, em que os conceitos musicais vão sendo construídos em fases
cuidadosamente graduadas, levou a que praticamente deixasse de haver analfabetismo
musical, o que constitui um resultado simplesmente brilhante. Pessoalmente, gostaria que na
minha freguesia conseguíssemos pelo menos levar o ensino da música a 50% das crianças que
frequentam o ensino escolar obrigatório. No sistema de ensino do violino desenvolvido por
Susuki, as crianças começam com violinos pequenos logo que são capazes de segurar neles. A
técnica é desenvolvida como uma resposta física natural à percepção auditiva e não há leitura
musical em jogo, no início.
Formação musical especializada
Com o desenvolvimento da técnica musical tornou-se necessária uma formação musical
especializada, dirigida sobretudo à formação de músicos profissionais, compositores e
professores, a maior parte dos quais estão destinados a funcionar no domínio da música
erudita. Para um jovem músico atingir o nível exigido  para o ingresso numa orquestra
profissional (e ainda mais para se tornar um solista), a aprendizagem tem que começar cedo.
Um relacionamento com o professor num plano individual torna-se indispensável – mas
dispendioso, não estando financeiramente ao alcance de todos.
Os Conservatórios de Música e as Academias têm registado um crescimento assinalável no
nosso país, muito embora nos grandes centros urbanos e sobretudo no litoral. Este afastamento
geográfico da nossa região está a condicionar a evolução qualitativa dos nossos executantes,
pelo que é urgente juntar esforços, conjugar parcerias entre particulares, Instituições e
Associações e poder político, para inverter esta tendência.
A música: sublime e universal linguagem..
Para concluir e pelo que acima foi dito podemos inferir que a Música relaciona-se com outras
áreas chave da educação e formação da humanidade, como por exemplo a Matemática;
Ciência; Actividade Física; Actividade Social; Arte/Tecnologia e Linguagem, tendo sido veículo
de importantes permutas culturais e suporte essencial de tantas outras artes como a poesia, a
dança, o teatro, o cinema, etc. Desta forma e pelo ensinamento que a história e a actualidade
nos dá seria um desperdício, quase uma falta imperdoável, não proporcionarmos hoje aos
nossos filhos o ensino de tão sublime e universal linguagem.
                                        ---------COMUNICAR É VIVER-------------

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