O aborto de anencéfalos à luz da Bíblia Sagrada
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| Esta matéria foi um pedido do meu amigo Wederson Cardoso Correa |
“Não matarás.”. Ex 20:13.
O título deste artigo pode suscitar o descontentamento de alguns. Talvez eles digam: “Ora, agora vem você discutir sobre um assunto tão importante baseando-se em um velho e ultrapassado livro e em sua fé religiosa. Por favor, discutamos este tema sobre critérios mais científicos, filosóficos e humanistas. Baseando-se em sua fé religiosa eu não posso lhe ouvir.”. Bem, considero esta atitude simplesmente patética pelos seguintes motivos:
1 – Demonstra um abominável preconceito. Quem pode provar que não se pode discutir um assunto importante levando-se em consideração a fé religiosa das pessoas?
2 – Numa discussão trocam-se ideias. Se possuo fé religiosa naturalmente isso se refletirá em minhas palavras mesmo que eu tente evitar. No entanto nem isso eu desejo, ou seja, não quero evitar a discussão sobre bases da fé religiosa. Se meu interlocutor não aceita estas bases não pode haver discussão genuína e opiniões meramente “científicas” ou “filosóficas” se imporão como “donas da verdade”, e todos os demais terão que calar-se. Não é isso extrema presunção?
3 – Nesta nação a maioria professa a fé cristã. Dessa forma pode-se presumir que estes milhões de pessoas dão algum valor a Bíblia Sagrada. Por si só tal fato já torna a Bíblia relevante na discussão.
4 – Na verdade a Bíblia é a elementar base para toda e qualquer discussão, pois trata-se da Palavra de Deus para a humanidade, e é o critério pelo qual seremos absolvidos ou condenados no Juízo Vindouro. Pode ser que você não creia e ridicularize, mas isso não muda nada. Quer creia ou zombe um dia você terá que prestar contas a Deus. Portanto, dizer que a Bíblia é irrelevante na presente discussão sobre anencéfalos é o ápice da loucura.
Quanto a mim como um cristão reformado basearei meus argumentos na Escritura Sagrada, e não peço desculpas por isso, pois creio que a Bíblia é a Palavra de Deus para mim e para você. Que o Senhor nos ilumine por seu Espírito para entendermos sua Palavra. Então vamos ao assunto.
Comecemos com dois casos hipotéticos:
Primeiro caso:
Imaginemos um quarto com um berço, e neste berço um bebê. Ao lado do dele estão os pais. Eles olham para seu filhinho com tristeza, pois sabem que ele possui um problema mental. Seu filho não se desenvolverá como as outras crianças. Não aprenderá a falar, não poderá andar com perfeição, não poderá interagir com as demais crianças e nunca poderá desfrutar dos benefícios de uma vida adulta normal. Como esta criança sofrerá! Oh como estes pais sofrem com tal situação e como sofrerão no futuro. Pergunta: É licito os pais matarem a criança para evitarem o sofrimento deles e dela? Resposta óbvia: Não!
Segundo caso:
Imaginemos outro quarto também com um berço e um bebê e os pais em volta. Da mesma forma estão tristes. Eles sabem que seu bebê está gravemente doente e viverá pouco tempo. Mas os dias têm passado e o sofrimento pela morte iminente torna-se insuportável. Pergunta: Devem os pais matar seu filhinho, visto que ele morrerá de qualquer jeito e a espera ser inútil? Resposta óbvia: Não!
Nestes exemplos as respostas naturalmente são sempre não. É assim por causa da consciência implantada por Deus em cada homem. Paulo diz: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se,” Rm 2:14,15. Deus implantou na consciência dos homens o sexto mandamento: “Não matarás.”. Ex 20:13. Cada homem sabe, sem que ninguém precise lhe dizer, que matar é um crime de assassinato, e que todo assassino merece a punição (Gn 4:8-11). É assim pelo fato de que cada homem possui a imagem de Deus. Matar o próximo é desonrar a imagem de Deus nele, é afrontar a Deus. Nisto está a dignidade da vida humana. Nisto está a dignidade da vida dos bebês nos exemplos que dei. Tudo isso aponta para o problema central do argumento abortista: Eles precisam provar que a vida que está no ventre da mãe é de nenhum valor e não se compara com a vida de um bebê no berço. Bom, parece que ainda se dá valor a vida dos bebês, mas até quanto a eles começa-se a ouvir questionamentos. Mas este ponto extrapola meu propósito no presente texto. O fato é que todo o abortista procura desvalorizar o problema central, o do valor da vida da criança no ventre, e focalizar em questões bem mais periféricas. Por exemplo, tem-se afirmado que há muitas mulheres morrendo por abortos clandestinos e que por isso deve-se descriminalizar a prática para que as que desejem abortar sejam protegidas. Mas qual o valor da vida dos abortados seja em casos clandestinos ou legais? Esta pergunta não é considerada central por tais abortistas. Todavia esta é a questão central, pois se a vida do abortado equivale a vida do bebê no berço todo o aborto não passa de um crime de assassinato e os abortistas são consequentemente assassinos. Você percebe? Assim os abortistas focalizam a questão na consequência de um aborto clandestino, que apesar de ser terrível é mais periférica que a vida do abortado, pois este é a inocente vítima da decisão da mulher que faz tudo de forma consciente.
Fato semelhante acontece com o caso dos anencéfalos. Evoca-se a questão do sofrimento dos pais e da inevitável morte da criança como altamente corroborante para a legitimação do ato de aborto. Mas a questão central não é essa. A questão central é: A vida do anencéfalo equivale a vida do bebê no berço ou de um adulto? Se equivale, o aborto é crime de assassinato e os abortistas são assassinos. Quando percebem que inevitavelmente esta é a questão central, os abortistas tentam de todas as formas demonstrar que a vida do anencéfalo não tem valor. Por isso ouvimos nos últimos dias coisas como: “Sem cérebro não existe vida”. Com isso eles procuram justificar o aborto. Mas se sem cérebro não há vida o que é um anencéfalo? Será apenas um conglomerado de células que pode ser descartado? Será como um tumor maligno que deve ser extirpado? Será esta a realidade? É possível afirmar isto com absoluta certeza? O fato é que os abortistas não conseguem provar nenhuma de suas arrogantes afirmações, e é assim porque não há como provar sem dúvida alguma que não há vida humana digna de proteção no caso de anencéfalos e nem em qualquer outro caso de aborto. Trata-se apenas de conjecturas abortistas e não de certeza. Ora, no caso da vida humana é imprescindível a certeza. Por exemplo, se um prédio for implodido ninguém acionará os mecanismos de implosão sem a absoluta certeza de que a área está livre da presença de qualquer ser humano. Se existir a mínima dúvida não se destruirá o prédio. Acaso os abortistas estão absolutamente certos quando afirmam que sem cérebro não há vida? É evidente que não! Dessa forma o peso da possibilidade do crime de assassinato cai todo sobre eles e não sobre os que são contra o aborto. Passo assim a mostrar como a Bíblia apresenta o grave crime dos abortistas.
Pensemos agora: Quando começa a vida humana? O cérebro é imprescindível para que haja vida humana? Diz-nos as Escrituras:
“Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.”. Sl 119:13-16.
.COMUNICAR É VIVER.
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