


Existem mulheres mais ou menos sujeitas à gravidez psicológica?
A espécie de relação que a mulher tem com a sua família e com o seu parceiro conjugal, um diagnóstico de infertilidade, a construção social sobre a maternidade e a gravidez influenciam diretamente na ocorrência do problema, que atinge mulheres de todas as idades, condições sociais, com ou sem histórico prévio de doenças psiquiátricas. Com referência à questão social, levando-se em consideração o papel perante a sociedade – que sempre foi e ainda é imposto à mulher – e os significados de fantasias na sociedade a respeito da gravidez e da maternidade, torna-se evidente o quanto esses elementos contribuem para o surgimento da gravidez psicológica. Uma depressão e outros quadros de transtornos do humor podem estar associados, mas, sobretudo, experiências amorosas mal sucedidas, envolvendo o abandono, a separação e a gravidez. Pesquisas apontam maior incidência em mulheres casadas e com conflitos conjugais. Há também uma relação da mulher que teve um aborto espontâneo ou provocado com o surgimento do fenômeno.
Quais os sintomas comportamentais? Existem alterações no corpo?

Fatores familiares estão intimamente relacionados aos casos de pseudociese. Muitas mulheres acometidas pelo problema estão tendo problemas no relacionamento com o parceiro ou não estão vivendo um relacionamento estável. Encaminhar o casal para um atendimento psicoterápico ajuda bastante. A respeito da relação entre o desejo (ou medo) da gravidez com as dinâmicas familiares, isso pode ser intensificado quando, nas famílias de ambos os pais não há nenhum bebê ou crianças. Além dos relacionamentos e dinâmicas familiares que a mulher estabelece, outras questões sociais também aparecem como provocadores da pseudociese, como, por exemplo, o papel sócio-econômico da mulher perante a sua família e a sociedade. Dessa forma, é necessário o apoio e acompanhamento familiar, principalmente com relação à diminuição das pressões e exigências da família, seja em torno da gravidez, seja em torno da superação da condição originada pela gravidez psicológica.
Qual o tratamento?
É fundamental um acompanhamento médico para a paciente, a fim de avaliar a necessidade de encaminhamento para psiquiatras e psicólogos. Dependendo do quadro e da evolução dos casos, o tratamento é baseado na dosagem de hormônios e medicamentos sintomáticos. O tratamento da pseudociese costuma ser mais efetivo quando é realizada uma psicoterapia de apoio, com foco para a realidade ou uma psicanálise. Mas pode ser necessária uma medicação com antipsicóticos, em casos em que seja firmado um diagnóstico de psicose.
Como o fenômeno é complexo, é difícil descartar a possibilidade de uma recaída. Para algumas mulheres, dependendo de fatores como, por exemplo, a psicose, existe maior possibilidade disso ocorrer. Para outras, depois de tratamento medicamentoso associado à psicoterapia, as chances diminuem bastante, existindo um bom prognóstico, principalmente nos casos em que existam apoio e envolvimento familia
comunicar é viver

Nenhum comentário:
Postar um comentário
SEU COMENTÁRIO É MUITO IMPORTANTE!